Essa é a pergunta que mais me fazem depois de terem visto meus stories e feed do Instagram com as fotos que fiz num domingo: como é voar de balão? Para responder vou contar toda a história, o passo a passo da experiência e as informações da Vou de Balão, empresa que me proporcionou o passeio.
Como é voar de balão? A experiência completa
Acordei 3h15min da madrugada de domingo para pegar o carro e ir até a cidade de São João Batista, distante 65 quilômetros de Itajaí, onde moro aqui em Santa Catarina. Quando você reserva o voo, você escolhe a cidade que deseja: São João Batista, Pomerode ou Campo Alegre são as três mais comuns, mas eventualmente há passeios em outras cidades. As informações são sempre confirmadas pela empresa Vou de Balão nas redes sociais.
Peguei o carro e me desloquei sozinho até o ponto de encontro com a equipe, o Hotel Tri Inovare, na pequena cidade que mantém uma distância de pelo menos 30 quilômetros do mar. Essa é uma informação importante sobre como é voar de balão. É que como o balão desliza ao sabor do vento, pode haver risco à segurança caso fosse realizado muito perto do oceano. Já pensou ser levado pelo vento mar adentro e não ter onde pousar?
Chegando ao hotel, me encontrei com outras pessoas que também haviam reservado o voo. Assim que chegou todo o grupo, nos dirigimos até um grande terreno bem próximo ao hotel. O dia já estava prestes a amanhecer quando o piloto Caio Splack e sua equipe começaram a desembrulhar a grande lona de nylon no chão.
Com o balão desenrolado, hora de ver ele tomando forma
A parte que recebe o ar quente é realmente muito grande. Depois de estendida no chão, a equipe coloca o cesto de lado, faz as conexões com os cabos de aço e liga um ventilador que começa a encher de no balão. Ele começa a tomar forma aos poucos, mas ainda sem ar quente. Está apenas sendo inflado para se desdobrar.
Neste momento, somos convidados a entrar na estrutura de nylon para conhecer e fazer fotos. Faz parte da experiência ter este contato com o equipamento. Passados os minutos ali dentro, hora de sairmos para começar a entrada de ar quente. Botijões de gás especiais são ligados de tempos em tempos para lufadas de ar quente que já começam a erguer a estrutura. Ainda são 5h15min da manhã e aquela estrutura de mais de 20 metros se destaca na paisagem de São João Batista.
Chegou a hora de entender como é voar de balão
Com o balão já inflado, hora de nos acomodar no cesto. A novidade deste voo foi a presença de 4 paraquedistas que fariam saltos partindo do balão!!!! Além deles, havia eu e outra passageira, além do piloto. O cesto utilizado neste nosso voo era dividido em três partes. No centro estava o piloto com os botijões de gás. Nas pontas eu com dois paraquedistas e a outra passageira com outros dois paraquedistas.
Com todos bem posicionados, hora de começar a subir. A sensação é de estar em um elevador. Há suavidade na subida. A única diferença é que o chão vai ficando para trás, as casas e poucos prédios vão parecendo menores e fica cada vez mais fácil avistar o litoral ao leste ou a cadeia de montanhas nas outras direções.
A sensação agradável de liberdade nos leva cada vez mais ao alto. Segundo o piloto, este voo seria diferente. Teríamos de subir ao dobro de altura do que costumeiramente ocorre para poder dar segurança aos paraquedistas. Chegamos a 2,3 quilômetros de altura, altitude ideal para os corajosos aventureiros. De dois em dois, eles partiram para o chão, apenas despencando do cesto para logo abrir o paraquedas.
Depois de saber como é voar de balão nos preparamos para o pouso
Com a saída deles, ficamos com mais espaço e mais à vontade para aproveitar o resto do voo. Aproveitamos para admirar a paisagem, ver o nascer do sol, observar as cidades vizinhas que somos tão acostumados a ver apenas de perto e fazer muitos registros em fotos e vídeos. Afinal, muita gente estava querendo saber como é voar de balão.
Já estava na hora de começar a se preparar para o pouso. O piloto vai liberando o ar e o balão vai descendo. Se há alguma árvore por perto e precisar subir um pouco mais para desviar, ele controla nova entrada de ar quente na grande estrutura oval. E o vento é quem determina onde será o pouso. A experiência do piloto Caio Spack que já tem centenas de voos em 7 anos de carreira avalia o melhor terreno ou pasto para essa descida.
A aterrissagem nunca é no mesmo lugar, porque não há como controlar isso no balão. Por isso a equipe de terra fica de olho para acompanhar onde será o pouso. Com a aproximação do solo, o piloto escolhe descer em um pasto, próximo a um curral.
Logo aparece um senhor de moto que admira de longe o balão tocando com o cesto no chão. Não tarde para ele se aproximar e querer saber mais sobre a experiência e enche de perguntas sobre como é voar de balão.
Descemos do cesto, vamos em direção à estrada enquanto os outros dois profissionais da Vou de Balão chegam para desinflar o equipamento, dobrar e guardar. Nesta hora chega o que seria o dono do terreno. Depois de palavras hostis (segundo a equipe, isso é muito comum), uma breve explicação, um pedido de desculpas, e tudo fica no clima tranquilo e agradável como foi lá no alto. Balão novamente dobrado, entramos no veículo e voltamos para o ponto de encontro, para pegar o carro e retornar à nossa realidade. Mas com a sensação de bem-estar de ter participado de uma experiência única pelos céus de Santa Catarina.
Curiosidades sobre o balonismo
- O balonismo começou em 1709, quando o padre português Bartolomeu Lourenço de Gusmão fez uma série de 5 experiências com pequenos balões construídos por ele.
- Caso a previsão esteja de vento, chuva ou neblina forte, o voo poderá ser adiado. A empresa entra em contato na véspera, para informar detalhes sobre o voo e sobre a condição meteorológica prevista. Na maioria dos voos se consegue prever na véspera as condições reais. O mais importante é garantir um voo seguro. E o voo adiado será reprogramado para uma nova data, de comum acordo.
- Não acontece nada se um pássaro bater no balão. O tecido do envelope é mais resistente do que se imagina. É possível voar de balão com um buraco grande o suficiente para um humano atravessá-lo, isto se o buraco não for no topo do balão.
- Para pilotar é necessário ter um certificado de Piloto de Balão é emitido pela ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil). São necessárias 18 horas de aula teórica e prática com instrutores para se formar um piloto. Não é necessário ser um piloto de avião para se tornar um piloto de balão, pois são dois tipos de aeronave completamente diferentes.
Informações e reservas na Vou de Balão podem ser feitos com Érika Pontes, no WhatsApp (47) 99957-1587. A Vou de Balão é uma empresa baseada em Balneário Camboriú. O que achou destas dicas do Viajar é Vida? Teria coragem desta experiência? Se sim, depois de fazer conte para nós como foi voar de balão.
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