Blumenau tem o primeiro museu funerário do Brasil

De marmoraria à funerária e a história da Haas já passou dos 100 anos. A família de imigrantes alemães chegou ao país e hoje Blumenau tem o primeiro museu funerário do Brasil. Era 1918 quando foi fundada a Marmoraria Haas, inicialmente em Ibirama, cidade a cerca de 80 quilômetros de distância. Anos depois, a família optou por vir a Blumenau, onde passou a exercer o ofício de atendimento às famílias enlutadas. E é a funerária que mantém o Memorial Funerário Mathias Haas, primeiro museu sobre a morte e cemitérios do Brasil.

Mais do que histórias de medo, o espaço é uma forma de mostrar a evolução do labor funerário através dos tempos. Quando Blumenau ainda era uma colônia, o ofício era totalmente diferente. E é isso que consta no acervo, reunido pela família Haas desde o início do século 20, incluindo ornamentos de túmulos, fotografias, desenhos, ferramentas e documentos relacionados à tradicional empresa fúnebre da cidade.

Blumenau tem o primeiro museu funerário do Brasil
Foto: divulgação Memorial Funerário Mathias Haas

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Blumenau tem o primeiro museu funerário do Brasil: o que contém

Entre o que pode ser visto no Memorial Funerário Mathias Haas, está uma sala que simula um velório do início do século passado. Há um grande caixão em madeira e ornamentos tumulares antigos que retratam bem como era. O museu existe desde 2017 e serve principalmente para fazermos uma reflexão sobre os sentimentos trazidos pela morte, o luto, a importância da atividade funerária e até os ritos de passagem.

O acervo conta ainda com o livro de memórias do pioneiro Mathias Haas. Ele escreveu à mão em alemão gótico de 1937 a 1959 e parte destes manuscritos está exposta.

Outra peça importante é a placa que identifica a empresa usada na primeira oficina montada em Ibirama. Ela foi encontrada em uma das reformas que sofreu a sede da empresa na Rua São Paulo, em Blumenau. O letreiro, escrito em alemão, estava escondido entre o telhado e o forro. Segundo a gerente do memorial e bisneta de Mathias, Elke Haas Fonseca, ela deve ter sido escondida na época do nacionalismo de Getúlio Vargas, na década de 1940, quando a língua alemã foi proibida, escreveu o jornalista Francisco Fressard, no Jornal de Santa Catarina em 2018.

A abertura para visitação do Memorial começou no 20 de julho de 2017. Neste primeiro dia foi recebido os participantes do Encontro Nacional da Associação Brasileira de Estudos Cemiteriais. Logo em seguida, com prioridade para parentes e estudiosos do tema, foram formados os primeiros pequenos grupos para poder priorizar a qualidade e segurança da visitação.

Blumenau tem o primeiro museu funerário do Brasil: o que contém
Blumenau tem o primeiro museu funerário do Brasil: o que contém
Fotos: divulgação Memorial Funerário Mathias Haas

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Como visitar?

O memorial funciona de segunda à sexta-feira, das 13h às 17h. Aos sábados a visitação é possível entre 8h e 12h. Para visitar é necessário fazer um agendamento pelo e-mail leonardo.correa@haas.museum, pelo WhatsApp (47) 99122-8532 ou pelo telefone (47) 3222-9918.

Veja o endereço

  • Memorial Funerário Mathias Haas
  • Rua José Deeke, 751, Bairro Escola Agrícola.
  • Contatos: (47) 99122-8532 ou (47) 3222-9918.

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Fotos: divulgação Memorial Funerário Mathias Haas

Blumenau tem o primeiro museu funerário do Brasil e honra os costumes dos colonizadores

Os aspectos culturais de Blumenau e região são muitos fortes. Dos colonizadores ficaram mais do que histórias e fatos, ficaram também tradições. Atualmente é terceiro município em população de toda Santa Catarina e mantém como foco econômico os polos industriais, tecnológicos e universitários. Quem fundou o município foi o colonizar alemão (que era químico e farmacêutico por formação) Hermann Bruno Otto Blumenau. Ele chegou em um barco via Rio Itajaí-Açu acompanhado de outros 17 colonos compatriotas. Desembarcou à foz do Ribeirão Garcia em 2 de setembro de 1850 e dividiu a gleba em lotes para que os colonos pudessem edificar suas moradias, majoritariamente casas feitas com a técnica enxaimel até hoje percebida no Vale do Itajaí.

Até hoje Blumenau possui uma agenda cultural focada nas festas baseadas no cotidiano e hábitos dos imigrantes europeus, destacando-se a colonização alemã, com a Oktoberfest, a segunda maior festa de cerveja do mundo. Outro modelo são os stammtisch, tradicional reunião de associações e de grupos de amigos na Rua XV de Novembro.

A cultura cervejeira ganhou ainda mais força com a produção das artesanais. Hoje, Blumenau é também referência neste segmento e mostra mais uma vez que os costumes dos antepassados são fortemente mantidos.


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