Histórias para inspirar a viajar sozinho

Já pensou em deixar sua segurança, emprego, família, amigos, e sair desbravando o mundo na única companhia da sua bagagem? Já deu frio na barriga, né? Mas, quem encara essa aventura afirma que a experiência é recompensadora. Conheça quatro Histórias para inspirar a viajar viajar sozinho, são jovens que carimbaram o passaporte para estudar uma nova língua, conhecer culturas, trabalhar e até mesmo participar de uma causa social, mas todos carregam do mesmo sentimento: orgulho e superação a cada dia que passa. O amadurecimento é certo, você aprende sobre as pessoas e sobre você mesmo, percebe o que precisa dar valor e o que não é tão importante assim.

Foto: Pexels

Histórias para inspirar a viajar sozinho: “O mundo é grande demais para não viajar!”

O mundo é grande demais para ficar sempre parado no mesmo lugar. Dizem que viajar é a faculdade da vida e que esses aprendizados são únicos, não estão nos livros, nem filmes, é preciso viver. Independentemente do tempo, seja um mês ou cinco anos, saiba que viajar vai te dar um novo “eu”. Há desafios e a saudade às vezes bate à porta, mas todos os obstáculos são um empurrão para o amadurecimento. E quando você acorda e vê todas as superações é gratificante. O velho e bom clichê “vai, e se der medo, vai mesmo assim”, é certeiro nessa decisão. Quer conhecer esse mundão?Veja histórias para inspirar a viajar sozinho selecionadas pelo Viajar é Vida:

Histórias para inspirar a viajar sozinho: “Comprar um carro ou fazer um intercâmbio?”

Foto: álbum pessoal de viagem

“Fazer um intercâmbio surgiu da necessidade de falar inglês nas viagens e no trabalho. Sou formada e atuava em Marketing no Brasil. Percebi que demoraria muito para alcançar a fluência, foi quando decidi, com 23 anos, escolher por Gold Coast, na Austrália, para morar, estudar e trabalhar. Eu tinha dinheiro guardado para comprar um carro ou fazer um intercâmbio, e optei por entrar no avião sem data certa para voltar. Meus pais me deram total apoio em todas as decisões, eles não tiveram as mesmas oportunidades, por isso desejavam muito isso pra mim.

Para organizar toda a viagem, contei com uma agência especializada, foi meu primeiro intercâmbio, então não tinha tantos conhecimentos sobre como escolher a escola, conseguir o visto, entre outras coisas, foi muito importante ter essa ajuda. Confesso que a experiência é mais difícil do que eu imaginava, sai da casa dos meus pais para morar sozinha, larguei um trabalho no computador para ser imigrante. Aqui só sobram trabalhos braçais e sem horário fixo, tenho que me virar, pagar contas, tudo em um país que não fala minha língua. Mas, ao mesmo tempo, isso tudo é muito bom, a gente percebe que dá conta!

O melhor da viagem é conhecer pessoas que não teria oportunidade na minha antiga cidade, são pessoas de todo o Brasil e do mundo, vejo culturas diferentes, aprendo sobre outras realidades, conheço lugares dos quais nunca estive. É tudo muito rico. Ainda pretendo voltar a morar no Brasil, mas só depois de concluir todos os meus objetivos aqui, como conhecer novos países e estar totalmente segura na língua estrangeira”.

Foto: álbum pessoal de viagem

Dica de viajante: “Sugiro pesquisar muito bem o roteiro antes de fechar o intercâmbio. Acabei não pensando muito bem quanto à cidade que escolhi, como tenho que me virar sozinha financeiramente, Gold Coast é muito turística, dificultando em relação a trabalho. Encontre uma que se encaixe no seu perfil. Entrar em grupos de brasileiros nas redes sociais também é uma boa dica, todas as cidades têm, neles é falado sobre trabalho, escolas e a cidade. Além disso, não precisa ter medo, é muito bom!”.

– Ana Carolina Bento, 23 anos, de Blumenau (Santa Catarina)

Histórias para inspirar a viajar sozinho: “As melhores experiências de viajar sozinho são completamente relacionadas a fazer tudo isso sozinho”

Foto: álbum pessoal de viagem

“Sempre quis conhecer a Europa, toda a minha família já tinha cidadania italiana. Por isso, com 19 anos, resolvi juntar dinheiro e embarcar sozinho para a Itália, com intuito de retirar a documentação. Depois de três meses morando em Milão e com a documentação em mãos, deixei uma passagem já comprada de volta ao Brasil para trás e fiquei para estudar e trabalhar. Sempre recebi apoio da minha família nessa decisão.

Depois de um ano morando em Milão, me mudei para Linz, na Áustria, onde resido há quase dois anos. Atualmente estou cursando Business Informatics, na Johannes Kepler University Linz (Universidade Johannes Kepler Linz), trabalho e sou totalmente independente aqui, pago minhas viagens, meu aluguel e minha faculdade.

Nunca tive o hábito de fazer longas viagens na minha antiga cidade, aqui na Europa, como é muito mais acessível, acaba fazendo parte da cultura deles e me apaixonei por isso. Hoje, conheço diversos lugares do continente e cada um me inspira de uma forma diferente. Viajar é isso, conhecer e viver coisas novas, sempre me joguei e fiz tudo por conta própria, pesquiso hotéis, hostels, trajetos, se vou de avião ou ônibus, eu amo fazer tudo isso.

As melhores experiências de viajar sozinho são completamente relacionadas a fazer tudo isso sozinho. Os desafios também são muitos, mas me fazem a cada dia mais forte. Quando cheguei, com 19 anos, achava que qualquer perrengue era motivo para voltar ao Brasil, hoje essa possibilidade é muito remota. Há muito preconceito também, as pessoas romantizam a Europa, esquecem que o preconceito existe no mundo inteiro, seja de sexualidade, raça, cor, língua. Mas, isso fortalece, me faz ter mais empatia com o próximo, são obstáculos que evoluem”. 

Foto: álbum pessoal de viagem

Dicas do viajante: “Para encarar um novo país considero importante estudar muito a língua. Eu sempre quis aprender italiano, depois de seis meses morando na Itália, já estava no nível intermediário da língua. Antes de vim para Áustria, já comecei a estudar o alemão“.

– Henrique Ventura Tuerpe, 22 anos, de Blumenau (Santa Catarina)

Histórias para inspirar a viajar sozinho: “Você percebe que tudo que precisa cabe em uma mala”

Foto: álbum pessoal de viagem

“Em 2015, com 18 anos, fiquei 21 dias em Nova Iorque. Essa viagem me abriu os olhos para muitas perspectivas diferentes, queria conhecer o mundo. Virou uma meta morar em outro país após terminar a faculdade, só não esperava que seria tão rápido. No mesmo mês em que me formei, em fevereiro de 2019, o meu trabalho no Brasil me levou para Portugal, o objetivo era tocar um projeto e voltar. Lá, percebi que era a chance de realizar esse sonho, fiz contatos, consegui um emprego, e não voltei mais.

A preparação da viagem na verdade não teve, como foi tudo de última hora, as coisas só foram acontecendo. Minha família e meus amigos conheciam meu desejo de morar fora, então apoiaram muito e vibraram minha conquista. O que eu precisava para me virar no país, fui pesquisando na internet, em sites, vídeos, acho que ela está aí para isso. Afinal, mesmo com tudo planejado nos mínimos detalhes, na hora surgirão perrengues e novidades, com ou sem uma agência. As experiências de viver em outro país são das mais variadas, é tudo diferente, ainda mais se você está sozinho, precisa achar moradia, trabalhar, usar o sistema de saúde público, fazer amigos e conhecer lugares.

Eu estava morando em Porto há oito meses, recentemente me mudei para Lisboa, então estou vivendo essas adaptações tudo de novo. Estar longe não é fácil, mas serve para a gente dar valor, crescer, aprender e mudar. É uma chance de ser quem quiser, além de abrir inúmeras portas. Você percebe que o que precisa para viver cabe dentro de uma mala. Eu pretendo voltar ao Brasil, até porque não pude me despedir de todo os familiares e amigos, mas se vou ficar lá, ou para onde vou? Isso eu e minha mala ainda vamos decidir”. 

Foto: álbum pessoal de viagem

Dica do viajante: “Se joga! É o que digo para quem quer se aventurar em outro país. Pesquise, corra atrás, têm países que nem precisam de visto, sempre há uma boa oportunidade. Uma viagem abre a cabeça, traz consciência do que está acontecendo com o mundo, do que passa a nossa volta. A gente cria empatia, responsabilidade, enxerga como nossos atos são importantes. Viajar é a solução, uma das melhores coisas da vida”.

– Izadora Brandini Antunes, 23 anos, de Blumenau (Santa Catarina)

Histórias para inspirar a viajar sozinho: “Morei com 19 pessoas de 10 nacionalidades diferentes”

Foto: álbum pessoal de viagem

“Inquieto, curioso, comunicador, sempre desejei viver diferentes experiências e conhecer o mundo, ampliar meu networking e participar de diferentes projetos. Essas foram características que me levaram até a AIESEC, o start dos meus intercâmbios. A Aiesec é uma instituição sem fins lucrativos, que desenvolve liderança jovem através de intercâmbios sociais e profissionais desde 1949. Não é uma agência de viagens, não espere o mesmo tratamento, mas oferecem um serviço acessível, orientado e com um forte propósito. Meu primeiro intercâmbio foi no final de 2015, embarquei sozinho à Colômbia para realizar um trabalho social, foram 6 semanas dando aulas para crianças.

Quando retornei, ainda queria ter novas experiências e desenvolver outros idiomas, por isso embarquei em mais duas aventuras. Dessa vez em intercâmbios profissionais e remunerados, em 2018 fui para o Panamá, onde morávamos em 14 pessoas de sete nacionalidades diferentes na mesma casa. Em 2019 vim para a Suécia, onde estou até hoje e divido a casa com cinco pessoas. Tanto minha família, quanto meus amigos me apoiaram em todas as decisões, mas sempre enxerguei tudo isso como algo que deveria partir somente de mim.

Viajar sozinho, ainda mais morar em diferentes países, é desafiador. Tudo é novidade, você se sente sempre fora da sua zona de conforto, recomeçará do zero e em constante adaptação, um ponto que tive dificuldades nos primeiros meses foi a comunicação, já que para ambos países eu fui sabendo só o básico do idioma, o que me desgastava muito quando eu precisava expressas a minha opinião.

Ao mesmo tempo, é uma excelente oportunidade de autoconhecimento. Você aprende muito sobre você, seus sonhos, propósitos, se engrandece como pessoa. Também começamos a valorizar o que tínhamos, afinal as pessoas diminuem muito o Brasil, realmente há muitos problemas, mas, mesmo vivendo em um país de primeiro mundo, ainda tenho muita saudade do meu país, minha cultura e a minha gente”.

Foto: álbum pessoal de viagem

Dica do viajante: “Se prepare emocionalmente e estude muito o destino, veja vídeos, sites, entenda o lugar, não vá pelas estatísticas do país, pesquise o que se conecta com você. Organizações e programas acessíveis que dão suporte, como a AIESEC, são interessantes, há um portal repleto de oportunidades que podem se adequar com você, uma agência pode cobrar até cinco vezes mais”.

– Rodrigo William Ferreira, 24 anos, de Blumenau (Santa Catarina)

São tantas histórias especiais de mais para ficarem guardadas na bagagem. Já deu vontade de embarcar sozinho para outro país? Estas histórias para inspirar a viajar sozinho realmente te inspiraram? Seja para uma viagem turística, um intercâmbio ou para morar, conta pra gente, para onde você iria agora?


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